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Nesta última sessão, os alunos tiveram de fazer uma apresentação de cada um dos partidos mexicanos, o que foi uma grande oportunidade para ver de outras perspectivas onde se encontram neste momento e, além disso, poder trocar opiniões tanto com Torreblanca como com alguns alunos, que mais do que cumpriram as expectativas geradas pelos prémios recebidos pela sua Universidade.

Discutimos a rápida recuperação do PRI, que está em condições de regressar ao governo nove anos após a interrupção de 70 anos consecutivos no poder - a travessia do deserto, apesar das divisões internas, está a revelar-se rápida e eficaz. Falámos também da estratégia de López Obrador para voltar a ser candidato em 2012 e das suas reais possibilidades de vencer as eleições presidenciais. Para quem não se lembra, López Obrador foi o candidato do PRD no processo eleitoral de 2006, quando Felipe Calderón ganhou por menos de 1% dos votos. Depois disso, o PRD tentou ganhar poder contestando as eleições, nomeando-se presidente legítimo e criando um governo paralelo. Obrador, antigo chefe do governo da Cidade do México, manteve o cargo público que lhe permitia ter uma plataforma de acesso ao espaço mediático. Assim, para manter o seu nível de notoriedade, continua a reivindicar a sua vitória nas eleições presidenciais de há três anos - prometo dedicar um post a este assunto.

Por fim, uma das últimas questões que pudemos discutir com os participantes no curso foi a inclusão dos povos indígenas no sistema político mexicano. A primeira coisa a diferenciar nesta questão é que os povos indígenas não são um coletivo, uma vez que cada uma destas comunidades (oitenta em todo o estado mexicano) tem a sua própria língua, tradição e cultura, e não estão dispostas a ser tratadas todas no mesmo pacote. Em segundo lugar, o facto de estarem representados na população total da República não lhes permitiria ter uma representação política nem fazer aprovar medidas que são importantes para eles. O que os indígenas estão dispostos a fazer é serem incluídos nas câmaras de interesses económicos, de modo a poderem ter uma palavra a dizer na decisão das questões que mais os afectam na sua vida quotidiana.

Como podem ver, foram muitos e variados os temas que pudemos debater com os estudantes e o professor da UNAM. Gostaríamos de lhes agradecer o acolhimento caloroso que nos deram e o facto de nos terem ajudado a compreender um pouco melhor a política mexicana.

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